A história do parque Villa Lobos é um pouco diferente da de outros parques. Antes de 1989, a área onde está hoje destoava muito dos arredores da região de Alto de Pinheiros. Na sua porção mais a oeste havia um depósito de lixo da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (CEAGESP), onde cerca de oitenta famílias recolhiam alimentos e embalagens. Na parte leste, vizinha ao atual Shopping Villa-Lobos, era depositado material dragado do Rio Pinheiros e na porção central o antigo proprietário permitia o depósito de entulho da construção civil.Em 1987, ano de comemoração do centenário de nascimento de Heitor Villa-Lobos, foram apresentados os primeiros estudos visando à implantação de um parque temático contemporâneo na área. Os Decretos Estaduais 28.335 e 28.336/88 destinavam os 732 mil m² à implantação de um “parque de lazer, cultura e esporte”. Os moradores da região receberam bem a proposta, principalmente por eliminar os problemas causados pelos usos que na época a área apresentava.
Em 1989, o parque Villa-Lobos começou a ser implantado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE. Foram removidas as famílias que viviam no local, retirados 500 mil m³ de entulho com mais de 1 metro de diâmetro, e movimentados 2 milhões de m³ de entulho e terra para acerto das elevações existentes. O córrego Boaçava, que passava pela área, foi canalizado.
O projeto original, elaborado pelo Arquiteto Décio Tozzi, previa uma “cidade da música”. O local teria viveiro para pássaros, ilha musical, passeio Uirapuru, auditórios, Teatro de Ópera e Centro de Convivência Musical. O projeto também previa a construção de um prédio de exposições e edifícios para Escolas de Balé e Música, com salas de aulas para oficinas e apoio, inclusive para fabricar e consertar instrumentos.
Em janeiro de 2004, a administração do parque foi transferida para a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) pelo Decreto Estadual 48.441. No mesmo ano, foi iniciada a execução de intervenções emergenciais para solucionar problemas de manutenção existentes no local. Também começou a elaboração de projetos executivos para a área de expansão do parque, adequados à legislação atual e ao terreno, com base no projeto original. A Resolução SMA 20, de 7 de março de 2004, criou o Conselho de Orientação do Parque Villa-Lobos, que assegura o gerenciamento participativo e integrado da sociedade civil.
Arborização do Parque Villa Lobos
No período de 2004 a 2008, foram plantadas 12 mil mudas em uma área de 120 mil m2, entre as quais 1.200 ipês de oito espécies, 110 roxos e 550 amarelos, árvore-símbolo de São Paulo. O projeto paisagístico do parque é do Engenheiro Agrônomo e paisagista Rodolfo Geiser, mas foi posteriormente adequado para o plantio realizado entre 2004 e 2006 de maneira a atender às Resoluções da SMA sobre a diversidade de espécies. Esta adequação foi possível principalmente devido a maior oferta de mudas de espécies nativas, com alta diversidade e com porte adequado para as situações de um parque em pleno uso. Sendo assim, o parque foi entregue concluído em 2006 com aproximadamente 24 mil árvores plantadas em covas de mil litros de substrato, após a remoção de entulho e troca de solo.
Em 2008 foram plantadas mais 800 mudas referentes ao Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental TCRA da Autoban, para enriquecimento dos bosques.
Dando continuidade ao processo de recuperação da área, em 2009, a SMA recebeu novamente um TCRA da CCR -AutoBAN, para plantio de 8.404 árvores nativas, plantio concluído em abril de 2010. Entre as 8.404 mudas plantadas, 760 são mudas de mais de três metros de altura e foram plantadas ao longo das pistas de caminhada e da área central, visando proporcionar mais sombra aos usuários.
As demais 7644 são mudas arbóreas com aproximadamente 1,5m de altura e foram plantadas nos bosques para um enriquecimento de biodiversidade que ajudará no futuro a substituição natural de espécies primárias para secundárias, de tal forma que a vegetação do parque consiga manter-se naturalmente. Para a escolha das espécies contamos com a assessoria do Arq. Paisagista Arnaldo Rentes e do Biólogo Alexandre Soares, que consideraram em especial o plantio de espécies que atraem a avifauna, além da adequação às diferentes condições do solo e exposição ao sol e vento no Parque.
Fase de melhorias História do Parque Villa Lobos
Desde que assumiu a administração do parque em 2004, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo tem promovido uma série de melhorias. Os brinquedos do parquinho passaram por reformas, assim como os quiosques. Em 2009, foram inaugurados o espaço de educação ambiental Villa Ambiental, do projeto Criança Ecológica, a nova sede da administração do parque e uma nova sede para a 1ª Cia. do 23º Batalhão da Polícia Militar.
Além disso, foram criados o “Vai pela sombra”, caminhos de pedrisco que passam por dentro de bosques do parque, e o “Circuito das Árvores”, plataforma elevada que leva o visitante por um passeio próximo às copas das árvores. Em 2010, já foi inaugurado o Ouvillas, área do parque onde as pessoas podem sentar e relaxar em taludes, bancos e espreguiçadeiras ao som das obras do compositor e maestro Heitor Villa-Lobos. Ainda estão sendo finalizadas outras melhorias, como uma nova sinalização para o parque e a construção do Orquidário Ruth Cardoso e de um Centro de Educação Ambiental. Além disso, o projeto paisagístico do Villa-Lobos está sendo finalizado com o plantio de 8.400 mudas de árvores nativas. Com isso o parque passará a contar com 37 mil árvores.
Parque Cândido Portinari Parque Villa Lobos
Construído no local onde funcionava o canteiro de obras da Linha 4-Amarela do Metrô, o Parque Cândido Portinari foi interligado ao Villa-Lobos por ciclovia e passarela, criando uma complexa área verde com mais de 850 mil metros quadrados.
O novo espaço de lazer contribui com 121.670 m², nos quais foram plantadas 20 mil árvores. A novidade deve contar com sete quadras (três delas de areia) uma pista de skate de 7 mil m², dois playgrounds, equipamentos de ginástica, espaço para cães, 1.300 metros de ciclovia e 940 metros de pista de caminhada.
O acesso pode ser feito a partir da estação Villa-Lobos-Jaguaré da CPTM e pela Av. Queiroz Filho. O horário de funcionamento é o mesmo do Villa-Lobos, de segunda a domingo, das 5h30 às 20h.